Mito
Algumas pessoas dizem que Jesus foi um revolucionário e que por isso foi punido pelas autoridades.
Portanto, os seus verdadeiros herdeiros são os revolucionários de todos os tempos posteriores, não a Igreja conservadora. Um dos personagens do romance A Paixão Grega, ou Cristo Recrucificado por Nikos Kazantzakis, famoso escritor grego de meados do século 20, diz o seguinte: "Se Cristo descesse à Terra hoje em dia, o que ele carregaria em seus ombros? O que você acha? A cruz? Não! Um reservatório de querosene".
Realidade
Então, Jesus foi um revolucionário, um Che Guevara do mundo antigo? Não nos nossos conceitos habituais. Jesus não tentou tomar o poder por meios armados ou qualquer outro meio. Quando eles quiseram fazer dele rei, Ele recusou (João 6:15). No entanto, no Seu tempo, havia alguns Che Guevaras, ou seja, revolucionários em busca de uma reorganização radical da sociedade, conhecidos como Zelotes.
Eles procuravam destruir o sistema existente por considerá-lo manifestamente injusto e estabelecer um reino de justiça que agradasse a Deus. Foram inspirados pelo exemplo de uma revolta bem sucedida (hoje seria chamada de libertação nacional) que os Macabeus haviam alcançado dois séculos antes. Naquela época Israel também caiu sob o poder dos conquistadores pagãos, só que naquela época não foram os romanos, mas os herdeiros helenistas de Alexandre o Grande.
Então, Jesus foi um revolucionário, um Che Guevara do mundo antigo? Não nos nossos conceitos habituais. Jesus não tentou tomar o poder por meios armados ou qualquer outro meio. Quando eles quiseram fazer dele rei, Ele recusou (João 6:15). No entanto, no Seu tempo, havia alguns Che Guevaras, ou seja, revolucionários em busca de uma reorganização radical da sociedade, conhecidos como Zelotes.
Eles procuravam destruir o sistema existente por considerá-lo manifestamente injusto e estabelecer um reino de justiça que agradasse a Deus. Foram inspirados pelo exemplo de uma revolta bem sucedida (hoje seria chamada de libertação nacional) que os Macabeus haviam alcançado dois séculos antes. Naquela época Israel também caiu sob o poder dos conquistadores pagãos, só que naquela época não foram os romanos, mas os herdeiros helenistas de Alexandre o Grande.
O rei pagão Antíoco Epifânio quis introduzir uniformidade religiosa e cultural em seu império, e para isso forçou os judeus a adorarem os deuses pagãos. Eles responderam com feroz resistência, e os pagãos, por sua vez, reagiram com violenta repressão. Parecia que Israel, que enfrentava o vasto império, estava condenado. No entanto, um milagre aconteceu: Deus veio em auxílio do seu povo, e os judeus conquistaram uma vitória incrível! Israel conquistou a independência por um tempo.
No tempo de Jesus, o povo esperava por um Messias como os Macabeus, um poderoso guerreiro que pusesse fim ao odioso domínio romano e estabelecesse um reino ideal de paz e justiça.
Os homens corajosos desafiaram a invencível máquina de guerra de Roma e morreram com as espadas dos legionários ou em cruzes para aproximar esse tempo. Ou seja, existia definitivamente um movimento revolucionário na Judéia, na época de Jesus. O que Ele tinha a ver com esse movimento? Nada. Além disso, sua mensagem de amor aos inimigos e de oferecer a outra face era exatamente o oposto da imagem heróica da batalha sangrenta em nome de Deus, com que os Zelotas sonhavam.
Enquanto isso, havia injustiças gritantes na época, das quais o sangue fervia nas veias e as mãos estendiam-se às armas. Mas o governador romano, Pôncio Pilatos, era rápido quanto a subjugar toda a agitação através de matanças. Entre suas outras atrocidades, ele certa vez matou um grupo de judeus piedosos e misturou o sangue dos mesmos com o sangue de seus sacrifícios, que eles haviam oferecido a Deus (Lucas 13:1).
O povo veio a Jesus para que ele finalmente os conduzisse a uma "batalha sangrenta, santa e justa" contra os opressores. Mas eles ficaram desapontados - ao invés de se revoltar contra Pilatos junto com eles, Jesus lhes apontou os próprios pecados de que eles tinham que se arrepender.
Como o mito difere do Evangelho em espírito? Aceitar o Evangelho é adotar uma visão completamente diferente das coisas. Estamos todos inclinados a acreditar que nossos problemas estão lá fora, fora de nós - eles se encontram em pessoas más que nos tratam injustamente, nas circunstâncias de nossas vidas... O Evangelho afirma que meu principal problema não se encontra no exterior, mas no interior. Não são outras pessoas ou circunstâncias que me condenam ao infortúnio temporário e eterno, mas eu mesmo. Como diz o Evangelho, Cristo veio para salvar as pessoas dos pecados delas (Mateus 1:21) - não dos romanos ou de algum outro "povo mau", mas dos seus próprios pecados.
É extremamente difícil de aceitar, mas o Evangelho não é sobre coisas que precisam mudar ao meu redor, quer sejam pessoas, circunstâncias, estado ou sociedade, mas sobre as coisas que precisam mudar dentro de mim.
Deve ocorrer uma profunda transformação interior. Eu preciso olhar para Deus, para outras pessoas e para mim mesmo de uma maneira diferente. Tenho que reconhecer meus pecados, confessá-los a Cristo, aceitar Seu perdão e buscar a graça para que eu possa mudar profundamente. Esta revolução é muito mais importante que todos os golpes de Estado políticos: ela tem consequências eternas. O próprio Senhor fala dela como um "novo nascimento", e o mesmo é reafirmado pelos Apóstolos, assim como a imagem da "nova criação".
A vida das pessoas que experimentaram esta revolução pode ser diretamente contrária à vida dos revolucionários. São Sérgio de Radonezh não lutou, não matou, não liderou as multidões furiosas. Pelo contrário, humilhou-se, cedeu aos outros; tentou viver segundo a vontade de Deus e evitou a fama mundana. Mas foi ele quem influenciou a vida e os valores da Rússia medieval da forma mais profunda. Ele foi um daquelas pessoas através das quais Deus operou neste mundo, mudando a vida de nações inteiras. É a esta revolução que Jesus Cristo nos conduz: devemos deixar que Ele nos mude para que Ele possa agir através de nós no mundo.
Quem precisa desse mito e por quê?
A luta política - ainda mais a luta revolucionária - pode facilmente ocupar o lugar na consciência humana que a fé deveria ocupar: aquele "propósito último", o mais importante ao qual o homem dedica sua vida, no qual encontra sentido e justificação, esperança e unidade com outras pessoas. Quando isto (lamentavelmente!) lhe acontece, ele procura submeter tudo - prudência, moralidade, religião - à sua luta por aquilo que considera correto.
Jesus não pode ser nosso aliado na luta, porque Ele veio a ser nosso Senhor e Salvador. Não adianta recrutá-Lo para as nossas fileiras e sob as nossas bandeiras. Ele não é uma celebridade que poderíamos trazer para apoiar a nossa causa. Ele é o Senhor, Deus e Salvador - e Ele espera que sejamos plena e incondicionalmente fiéis a Ele e não a qualquer causa política que consideramos grande e correta.
A luta política - ainda mais a luta revolucionária - pode facilmente ocupar o lugar na consciência humana que a fé deveria ocupar: aquele "propósito último", o mais importante ao qual o homem dedica sua vida, no qual encontra sentido e justificação, esperança e unidade com outras pessoas. Quando isto (lamentavelmente!) lhe acontece, ele procura submeter tudo - prudência, moralidade, religião - à sua luta por aquilo que considera correto.
Jesus não pode ser nosso aliado na luta, porque Ele veio a ser nosso Senhor e Salvador. Não adianta recrutá-Lo para as nossas fileiras e sob as nossas bandeiras. Ele não é uma celebridade que poderíamos trazer para apoiar a nossa causa. Ele é o Senhor, Deus e Salvador - e Ele espera que sejamos plena e incondicionalmente fiéis a Ele e não a qualquer causa política que consideramos grande e correta.
Fonte: https://blog.obitel-minsk.com/2020/06/was-jesus-a-revolutionary.html
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