Vídeo com legendas:
Transcrição do áudio:
Em nome do Pai do filho do Espírito Santo, amém. O
acontecimento mais trágico da civilização ocidental é o cisma entre o Oriente e
o Ocidente, foi o culminar de uma série de - ou melhor, devo dizer - séculos de
lento afastamento e divisão que culminou em 1054, quando o Oriente e o Ocidente
formalmente se separaram em relação ao Filioque - a crença de que o Espírito
Santo procede do Pai *e do Filho* - Filioque (e do Filho).
A ferida ainda não foi curada, mas os argumentos que os Santos Padres fizeram contra o Filioque ainda são válidos hoje como eram há mil anos. Fui meio que lançado no meio de discussões sobre isto com algumas pessoas. Há dois anos um amigo me deu um texto para traduzir, ele me pediu para traduzir os dois tratados de São Gregório Palamas sobre a processão do Espírito Santo, os tratados apodícticos sobre a processão do Espírito Santo. Um texto muito difícil que eu não planejava fazer, eu não queria fazê-lo. Eu, como muitas pessoas, pensava que esta era uma espécie de questão ontológica 'esotérica' que não tinha qualquer relevância prática até que eu realmente tive que investigar e examinar este texto palavra por palavra e estudar a história do mesmo. Eu percebi ‘Certo, os Padres foram bastante inflexíveis sobre esta questão, porque isso é cismático, isto é uma fé diferente.’ O Filioque não é o que a igreja ensinou e São Gregório diz em seu primeiro tratado: enquanto confessares que o Espírito procede do Pai e do Filho nós não te receberemos em comunhão. Isto é bastante categórico. Hoje em dia nós disfarçamos isso, mas essa era a mentalidade dos Santos Padres e então eu fui forçado a olhar para esta questão de uma maneira muito mais profunda do que eu tinha sido desafiado antes. Mesmo no seminário você escreve trabalhos sobre isto, mas até você realmente traduzir o texto e entrar nele, ele não é absorvido e parte de você.
A ferida ainda não foi curada, mas os argumentos que os Santos Padres fizeram contra o Filioque ainda são válidos hoje como eram há mil anos. Fui meio que lançado no meio de discussões sobre isto com algumas pessoas. Há dois anos um amigo me deu um texto para traduzir, ele me pediu para traduzir os dois tratados de São Gregório Palamas sobre a processão do Espírito Santo, os tratados apodícticos sobre a processão do Espírito Santo. Um texto muito difícil que eu não planejava fazer, eu não queria fazê-lo. Eu, como muitas pessoas, pensava que esta era uma espécie de questão ontológica 'esotérica' que não tinha qualquer relevância prática até que eu realmente tive que investigar e examinar este texto palavra por palavra e estudar a história do mesmo. Eu percebi ‘Certo, os Padres foram bastante inflexíveis sobre esta questão, porque isso é cismático, isto é uma fé diferente.’ O Filioque não é o que a igreja ensinou e São Gregório diz em seu primeiro tratado: enquanto confessares que o Espírito procede do Pai e do Filho nós não te receberemos em comunhão. Isto é bastante categórico. Hoje em dia nós disfarçamos isso, mas essa era a mentalidade dos Santos Padres e então eu fui forçado a olhar para esta questão de uma maneira muito mais profunda do que eu tinha sido desafiado antes. Mesmo no seminário você escreve trabalhos sobre isto, mas até você realmente traduzir o texto e entrar nele, ele não é absorvido e parte de você.
Assim
sendo, deixe-me apresentar-lhe apenas quatro pontos principais de São Gregório
Palamas sobre a processão do Espírito Santo. Porque ela tem de ser a partir do
Pai apenas. Isso é muito importante: os pressupostos. Se Deus quiser, essa
tradução será publicada. O texto será
publicado no outono. Ele está sendo editado. O primeiro pressuposto que São
Gregório Palamas apresenta sobre a processão do Espírito Santo, ao explicar por
que o Filioque é um erro, é nº1: Jesus é o Theologos. Ele é o teólogo e Jesus
disse em João 15:26 que o Espírito Santo procede do Pai. Ele deixa isso muito
claro. A Escritura é muito clara. A processão do Espírito Santo é *apenas* do
Pai. Alguém pode se opor e dizer “bem, no próximo versículo diz que Ele é
enviado do Pai e do Filho porque Jesus diz ‘o Espírito que eu vou enviar em meu
nome.’” Certo, mas o envio é diferente da processão.
Examinemos então o que é a
processão em contraste ao envio. A três Pessoas da Trindade compartilham todas
as coisas em comum em sua natureza - na natureza divina - exceto três
propriedades – ou o que chamamos de idiomata hypostatikí,
elas são hipostáticas (pessoais), pertencem à Pessoa e não são compartilhadas
pelas outras duas Pessoas. Portanto, por exemplo, o Pai é agenetos. Ele é
não-gerado, Ele é anarchos, sem início, sem origem. Esta propriedade não é
comunicada a nenhuma outra Pessoa da Trindade.
Apenas o Pai é, então, a causa, o arche, da divindade, de modo que a processão do Espírito não pode ser compartilhada pelo
Filho. Simplesmente não pode ser. Porque, por definição, o Pai é o Pai porque
Ele causa a espiração [processão]. Ele causa a
geração do Filho. Portanto, ela não pode ser compartilhada.
Se você permitir que a propriedade da espiração,
de causar a espiração ou a geração, seja
compartilhada, então o que você faz é que - quem quer que compartilhe dessa
propriedade acaba se tornando o Pai. E isso é heresia. Portanto, nenhuma outra
Pessoa pode participar na geração da divindade. É por isso que o Espírito não
pode proceder do Pai *e do Filho*, porque senão o Filho não é mais um Filho:
ele é um Pai.
Certo, o segundo ponto que São Gregório faz é, nº2: o pressuposto
de que o Credo não pode ser alterado. Só Jesus é o Theologos, "o"
teólogo, então esqueça o que os outros dizem. O que disse "o"
teólogo? A própria palavra de Deus que se fez carne? O que é que Ele disse? Que
o Espírito procede do Pai. O Espírito não procede dEle. Oh, eu esqueci-me de
mencionar. A diferença entre a processão e o envio. A processão é a doação da existência por parte do Pai. O envio é comum às três
Pessoas, isto é o que chamamos de Trindade econômica. Não podemos fazer uma
confusão, uma mistura, da Trindade econômica com a Trindade 'interior' - por
falta de uma palavra melhor - as relações internas. Elas não correspondem com a
econômica, não há uma correspondência um-para-um e o actus purus - se quisermos
ir mais fundo - exige que exista uma correspondência entre a Trindade econômica
e as relações internas da Trindade, mas isso é heresia. Portanto, o envio é
comum ao Pai, ao Filho e ao Espírito. Todos enviam uns aos outros. Assim, o Pai
na verdade diz no Livro de Isaías que Ele e o Espírito enviaram o Filho. Então,
o Espírito envia o Filho. De acordo com São Gregório Palamas isto faz parte da
economia - é a dispensação do Pai, o plano de salvação - se nós quisermos
formular isto de outra forma. Então, o ponto nº1: a Escritura diz que Ele
procede apenas do Pai.
Oh, permita-me apresentar-lhe
outra objeção dos latinos. A objeção latina é "bem, a palavra ‘apenas’ não
está lá". Bem, ela está implícita. Muitas coisas estão implícitas. Tem que
ser porque é isso que a palavra mono significa. É ‘apenas’ e, portanto, Ele é espirado
do Pai apenas (por analogia). Caso contrário, não é um idioma único
(característica). Assim, nº1 Jesus como o Theologos. São Gregório Palamas diz
que, de acordo com a Escritura, somente o Pai causa a processão do Espírito. Nº2:
os Concílios Ecumênicos proíbem adição ao credo. Eles proíbem. São Gregório de
Nazianzo foi o presidente - pródigos tis sinódou - foi o presidente do Sínodo e
foi decidido ou confirmado que não se pode adicionar ao Credo após o segundo
Concílio Ecumênico. Não se pode alterá-lo. Assim, é dito que ele procede do Pai
no Credo, no credo niceno-constantinopolitano. Não se pode alterá-lo, não se
pode adicionar-lhe algo. Então esse é o ponto nº2.
O ponto nº3: Gregório
Palamas diz que também precisamos considerar que não podemos adicionar algo ao
Credo simplesmente com base no que o Papa diz, porque naquele Concílio Ecumênico
o Papa nem sequer estava presente. O Papa não foi o presidente do Concílio. São Gregório
de Nazianzo foi e, portanto, não há necessidade alguma de dar peso ou
credibilidade ao que diz um Pontífice Romano. O que disseram os Santos Padres?
Qual é o pleroma - plíroma tis ekklisías - o que disse a plenitude da Igreja?
Porque todo o pleroma - a plenitude do corpo - tem a mente de Cristo. Não o
Papa sozinho. Todos os bispos têm um carisma de ensinamento.
Assim, esse foi o
ponto nº3 e o nº4 que vou abordar brevemente - e vamos examinar cada um de seus
42 pontos - São Gregório Palamas destacou 42 pontos em que os latinos se afastam
da fé e por que temos que manter a espiração do
Espírito como sendo do Pai apenas e o próximo ponto é este: cada uma das
Pessoas da Trindade é análoga a um ponto em um triângulo. Alguns não gostam de
analogias, mas esta é a analogia que São Gregório usa e ele diz que cada uma
delas é equidistante. Cada uma delas tem uma relação direta - imediata - ámesos
- uma com a outra e assim o Pai imediatamente - sem mediação - está ligado ao
Filho dando existência ao Filho e está imediatamente ligado ou relacionado -
schésis - (relação) - imediatamente relacionado com o Espírito, espirando-O. Da
mesma forma o Espírito e o Filho têm uma relação imediata um com o outro e
assim há uma unidade e diversidade: o um e múltiplo são mantidos em perfeita
tensão na teologia Ortodoxa. Esses são quatro pontos principais que São
Gregório apresenta e são realmente indiscutíveis.
Se o Filho - permita-me agora
deixá-lo com este pensamento - se o Filho participa na espiração do Espírito,
então o Espírito Santo é uma criatura. E da teologia latina resulta uma tétrada
em vez de uma trindade. Nenhum latino realmente acredita nisso, todos acreditam
que o Espírito Santo é Deus, mas é uma teologia inconsistente e esse é o ponto
de São Gregório Palamas. Nos nossos diálogos com os Católicos, não acreditamos
que eles crêem que o Espírito é criado, mas os pressupostos deles logicamente
levam a isso. O que é comum é compartilhado por todos. Assim, se o Pai
participa na geração da divindade, gerando o Filho e espirando o Espírito e o Filho participa na geração da divindade por ser sinétios - uma
co-causa - causando a espiração do Espírito,
então o Espírito é separado do que é comum e Ele não participa da natureza
divina. Ele está separado. A Trindade é
uma díade ou poderíamos dizer uma tétrada, como diz São Gregório Palamas.
Portanto, isso é apenas algo para refletir. Pense nisso.
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