Monges Atonitas |
O texto a seguir é uma declaração da "Santa Comunidade" da Montanha Santa sobre a abordagem acadêmica da teologia (teologia desvinculada da experiência da Igreja), e sobre o pietismo das organizações religiosas que correspondentes. Este memorável texto Atonita foi publicado no Periodical Athonitikoi Dialogoi (1975, pp. 20-27) a propósito do trabalho do Prof. P. N. Trembelas Misticismo-Apofaticismo-Teologia Catafatica, vols. 1-2 (Atenas, 1974):
O auxílio da lógica e da linguagem dos teólogos ocidentais e as opiniões espirituais que decorrem de uma mentalidade fechada e pietista são coisas que não deixam espaço para o mistério da coincidência mistagógica da teologia ortodoxa e da experiência viva...
O trágico estado de nossos tempos não nos permite preocupar-nos com o pietismo e a teologia obsoleta dos seminários de escolástica, essa maldição característica do Ocidente que é efetivamente alimentada pela tradição ocidental e que sofre de suas divisões e transmite sua doença... Especialmente hoje, quando os jovens de todo o mundo, em sua árida jornada pelo deserto da chamada civilização moderna, permanecem insatisfeitos com uma abordagem científica árida, com produções insignificantes de um pietismo insípido...
A teologia das universidades e os vários movimentos cristãos precisam ser rebatizados no mistério da tradição viva de nossa Igreja; isso lhes dará novas forças e novos métodos de trabalho e evangelismo...
Uma teologia escolástica e espiritualmente estéril é inútil para a salvação do homem. E um pietismo dogmaticamente débil que pensa que a deificação é um aperfeiçoamento de caráter deve, por sua própria natureza, ser rejeitado. Tal teologia está em seu último suspiro; e esse modo de vida é impotente para resistir à crise geral da nossa era. Os dois juntos, a teologia e o pietismo, formam uma das causas e consequências da decadência espiritual do nosso tempo.
Se a teologia da Igreja fosse assim, não haveria criado pais e confessores que falam as palavras de Deus, mas frios pesquisadores acadêmicos e debatedores da era atual. E se a espiritualidade de nossa tradição fosse assim, não criaria os pais nepticos "deuses pela graça" e "lanternas de discernimento", mas sentimentalistas mórbidos vítimas de alucinações psíquicas.
Por que deveríamos vagar inutilmente numa preocupação estéril com uma teologia cerebral e supérflua e um modo de vida pietista irreal e insípido? Ambos são desconhecidos em nossa santa tradição, estranhos aos desejos e necessidades do homem.
Nossas idéias pietistas sobre a santidade enquanto "aperfeiçoamento de caráter" são abaladas e tornadas impotentes quando colocadas lado a lado com a santa experiência de nossos santos, que receberam Cristo em seus corações... "como luz, de maneira real e substancial; visto invisivelmente e compreendido incompreensivelmente, com forma informe e aparência além da aparência."
Sentimos, como Ortodoxos, que não pertencemos simplesmente ao Oriente geograficamente, nem lutamos contra o Ocidente no sentido geográfico. Nós pertencemos à Igreja da divina Luz incriada que não conhece a noite, que salva tanto o Oriente quanto o Ocidente.
Doravante, portanto, "não permitamos a mão profana tocar" o mistério da teologia Ortodoxa, mas "permitamos os lábios dos fiéis" cantar sem cessar em louvor da Igreja, a Mãe de Deus que gera deuses segundo a graça; pois só nela e através de seus santos somos levados infalivelmente à vida e ao conhecimento.
Trecho retirado do livro Freedom of Morality de Christos Yannaras
Excelente texto Tony! Parabéns! Só a Santa Igreja de Deus pode mesmo salvar este mundo mergulhado em trevas!
ResponderExcluirExistem tantas palavras que ñ consigo entender a palavra de Deus
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